sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Da norma para se fazer arte


"É comum que pessoas que desejam escrever, por exemplo, não tenham ideia de como fazê-lo, porque interpretam a arte da literatura do ponto de vista de uma instituição que deve ter a propriedade da norma a ser seguida. O mesmo ocorre com a pintura. A técnica em pintura é uma coisa maravihosa, mas justamente porque se pode usá-la para combater a própria ideia de uma regra. Muitas vezes as pessoas acreditam sem questionamento que há uma norma para fazer a arte, como se a arte não fosse justamente a contraposição a esta norma."

Trecho de SOBRE A ARTE E A VIDA, texto de Marcia Tiburi publicado em filosofia cinza. O negrito é nosso, ou seja: não aparece do texto original.

Certa vez, li num livro cujo título e autoria agora não me lembro, idéias que me levaram à seguinte construção:


Bula Para Escrever


Quis conhecer as regras,
    Palavras se calaram
        Quis aplicar as regras,
           Estruturas se rebelaram
               Quis burlar as regras,
                    Puristas me criticaram:
                       “Regras: só quem conhece
                            Pode ignorar!”
E nesta regra, sentido há?
                            O que pensa você:
                         Seguir ou não bulas
                       Para escrever?
                     Abolir regras e bulas?
                  Não é bem esta a questão...
              Considerá-las, sim...
           Tolher-se por elas, não.
        Fica de um poeta,
      A seta da meta:
   “Viver não é preciso!”
Criar, também não!

BULA PARA ESCREVER: texto publicado por Helena Frenzel em 20/08/2009 no site Recanto das Letras (Código: T1764070). 


Um comentário:

  1. Não entendo de métricas, de rimas, de beiras, nem de abismos que os poemas, na sua vã filosofia erguem em pedestais, nem em construções miletricamente adequadas, não!
    Só entendo daquilo que minha palavra sangra, que minha essência mancha por entre os dedos que podem não dizer mais que uma imagem, mas consolam outros olhos que nada entendem também de redondilhas, menores e maiores. Que não conhecem camões, apenas me dão as mãos e suplicam, por um verso qualquer.

    Beijo na alma,
    Sam.

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